domingo, 30 de janeiro de 2011

O Mundo da Mentira



O Mundo da Mentira

Letícia Thompson



Há realidades difíceis de suportar. Há situações tão dolorosas e tão
irreais, embora cruelmente reais, que certas pessoas preferem negá-las, como se
com isso pudessem apagar sua existência.

E para fugir desses punhais que
rasgam a alma com tanta violência é que muitos preferem se refugiar num mundo
invisível, sob uma redoma de proteção que as impedem de ver de perto e enfrentar
o que tanto faz mal.

Essas pessoas, ao querer libertar-se de um peso,
tornam-se escravas da própria dor. Sem justificativas, justificam-se na recusa
da cura, que é o encarar a realidade e vê-la de maneira nova e diferente.


Essas pessoas, julgadas doentes, loucas e insanas são apenas uma pequena
porcentagem de um mundo onde negar a realidade é a coisa mais banal que existe.
Viver no mundo da mentira não é apenas ter um comportamento exclusivo dos que
julgamos loucos.

Vive na mentira quem não aceita o fim de qualquer
situação: amores que se desgastaram, filhos que cresceram, uma doença que chegou
sem avisar, alguém que foi embora, escolhas que não aprovamos e todas essas
pequeninas coisas do dia-a-dia que, pequenas, fazem parte da nossa
vida.

Chorar e ficar calado num canto não muda nada do que vivemos, a não
ser nos deixar à parte da vida que continua a correr do lado de fora. Fazer-se
de cego e surdo não modifica a realidade do que não podemos controlar, nem o que
os outros pensam e sentem.

Poderemos evitar os espelhos por algum tempo,
mas não os evitaremos a vida toda.

Melhor que ignorar a realidade que
nos machuca é pegar o que sobra dela e construir um novo mundo ou uma nova
maneira de viver.

Se a chuva nos pega de surpresa, que então nos molhe
completamente, que o sol nos seque, que o frio não nos impeça de sair de casa,
que o calor não nos impeça de dormir, que a dor doa e parta e que a vida seja
inteira, completa e real!


Depois eu explico o por quê desse post mas por enquanto, reflitam um pouco sobre a mensagem e boa semana para todos !

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Peça perdida de quebra-cabeça




Ainda agora eu pensava na minha vida, minha história e constatei que sou uma peça perdida de quebra-cabeça. Isso porque não me encaixo em canto algum. Vendo minhas amizades percebo como tenho uma vida diferente de todas elas.

A maioria está casada, umas com filhos (algumas no segundo já); a maioria se formou há muito tempo, trabalha também há muito tempo. Parece que todo mundo vive muito feliz, viajando, se divertindo. Claro que sei que nem todo mundo é feliz o tempo todo mas todo mundo tem seus momentos de felicidade. E não os culpo por colocarem fotos felizes no Orkut / Facebook, afinal de contas, ninguém aqui quer ver foto de velório por lá, não é verdade ?

Tem as amizades que são novinhas. São meninas que saíram do segundo grau, estão no cursinho, vestibular, faculdade. Os assuntos variam em : estudar, trabalho de faculdade, estágio, balada (muito balada) e beijo na boca de qualquer um.

O caso é que eu não tenho mais nada em comum com a grande maioria. Não sou casada e nem estou nessa de balada. Nunca fui de beijar todas as bocas. Estou desempregada ainda. E me frustrei no meu curso da faculdade. Me formei e hoje sei que fiz a escolha errada.

Alguém ai se sente assim ? Seria eu uma peça perdida de quebra-cabeça? Me sinto só e não tenho com quem falar sobre essas coisas. Quem é feliz não quer saber de quem está triste e quem curte balada não gosta de falar sobre esses temas sentimentais.


Quando será que me encaixarei novamente em algum grupo ?